Corpo pós-parto no Agosto Dourado: como a amamentação transforma o desejo
- Greyce Ferreira
- 14 de ago.
- 4 min de leitura
O pós-parto é um período de intensas transformações para a mulher e a gente já sabe disso, não é? Embora seja uma fase de grande alegria, a chegada do bebê também traz mudanças físicas e emocionais que afetam a sexualidade e o desejo.
A amamentação, celebrada no Agosto Dourado, é um dos maiores símbolos desse processo: um ato de amor e nutrição que transforma, também, como a mulher percebe o próprio corpo.
Os seios, que antes podiam ser associados ao prazer, à intimidade, à sedução, agora se tornam fonte de alimento, proteção e conexão com o bebê. Para muitas mulheres, essa mudança é linda, mas também é difícil.
Além disso, é importante entender que a sexualidade pós-parto não é algo que deva ser "recuperado" de uma vez, mas, sim, um processo gradual.

Amamentação: quando as mamas ganham um novo significado
Após o parto, as mamas passam por uma transformação significativa. O que antes era símbolo de prazer e feminilidade ganha uma nova função: alimentar e acolher o bebê.
Com a amamentação, é comum que os seios fiquem mais volumosos, sensíveis e até doloridos. O colostro dá lugar ao leite maduro, e esse processo exige paciência, atenção e suporte.
Além das mudanças físicas, há impactos emocionais. Muitas mulheres passam a enxergar os seios de outra forma, menos como zona de prazer e mais como parte do cuidado com o filho. Isso pode afetar a forma como se conectam com a própria sexualidade, principalmente nos primeiros meses.
Durante o Agosto Dourado, vale reforçar: amamentar é um ato de amor, mas também pode ser desafiador. E tudo bem. Com acolhimento e autocuidado, é possível ressignificar essa relação com o corpo e o desejo.
Sexualidade no puerpério: o que muda com a amamentação
A amamentação não afeta apenas o corpo. Ela transforma a maneira como a mulher se sente e se relaciona com o próprio prazer. Veja como:
Nova função das mamas: o toque pode causar desconforto ou estranhamento.
Queda da libido: o aumento da prolactina e a queda de hormônios do desejo diminuem o interesse sexual.
Cansaço extremo: noites mal dormidas e sobrecarga emocional afetam a disposição para o sexo.
Mudança na imagem corporal: o corpo mudou e se reconectar com ele leva tempo.
Corpo pós-parto: o que mais muda fisicamente?
Como vimos, o corpo feminino passa por mudanças intensas após o parto e elas não se limitam à amamentação. A aparência física, o funcionamento do organismo e até o modo como a mulher se sente em relação a si mesma podem ser profundamente impactados.
Veja algumas das principais transformações:
Distensão abdominal: a barriga pode continuar saliente mesmo após o parto, já que os músculos abdominais levam tempo para recuperar o tônus.
Oscilações hormonais: a queda de hormônios como estrogênio e progesterona, somada ao aumento da prolactina, impacta o humor, a energia e o desejo sexual.
Pele e seios mais sensíveis: a pele pode ficar mais flácida ou ressecada, enquanto os seios exigem cuidados específicos durante a amamentação.
O tipo de parto também influencia na recuperação:
Cesárea: por ser uma cirurgia, demanda um tempo maior de cicatrização e atenção com os cuidados pós-operatórios. Cuidar da cicatriz ajuda não só na recuperação física, mas também na reconexão com o próprio corpo.
Parto normal: a recuperação tende a ser mais rápida, mas o corpo também precisa de atenção. O assoalho pélvico e os músculos abdominais sofrem alterações importantes, podendo gerar desconforto, dores ou mudanças na função urinária e intestinal.
Em todos os casos, respeitar o tempo do corpo e contar com apoio profissional, como fisioterapia pélvica e acompanhamento ginecológico, faz toda a diferença.

Pós-parto e o papel dos hormônios
As alterações hormonais são uma das principais razões da queda da libido nesse período. Como foi mencionado, o aumento da prolactina (que estimula a produção de leite) e a queda do estrogênio afetam diretamente o desejo sexual.
Além disso, o cansaço, as demandas com o bebê e a sobrecarga emocional dificultam se conectar com o próprio prazer. Por isso, é essencial acolher essa fase com paciência.
Sexualidade no puerpério
O puerpério, que compreende as primeiras semanas após o parto, é um momento especialmente delicado. Além das mudanças físicas, há um turbilhão emocional: inseguranças, novas responsabilidades e o desafio de se redescobrir.
A autoestima pode oscilar. Ter o apoio do parceiro, manter um diálogo aberto e buscar orientação médica quando necessário são pilares para atravessar essa fase com mais leveza.
Lembre-se: não existe um tempo “certo” para retomar a vida sexual. Existe o tempo de cada mulher. E ele deve ser respeitado.
Como recuperar a sexualidade pós-parto: dicas e estratégias
Para se reconectar com a sexualidade pós-parto, já sabemos que não pode ser algo forçado, mas algumas atitudes podem promover o bem-estar físico e emocional. Abaixo, algumas práticas e dicas que podem ajudar nesse processo:
Exercícios físicos: retomar a atividade física após o período de resguardo, com o acompanhamento de um profissional, pode ajudar a fortalecer o corpo, melhorar a autoestima e aumentar a disposição.
Cuidar da alimentação: uma alimentação saudável pode ajudar a regular os hormônios, melhorar o humor e fortalecer o corpo, além de contribuir para o aumento da libido.
Praticar exercícios para o bem-estar mental: meditação, ioga e técnicas de relaxamento são excelentes para reduzir o estresse e a ansiedade, além de melhorar a conexão com o próprio corpo.
Diálogo com o parceiro: a comunicação aberta sobre o que está acontecendo no corpo e na mente de ambos ajuda a criar um ambiente de confiança e compreensão, essencial para retomar a intimidade sexual de forma saudável.
Exercícios de relaxamento e bem-estar: a massagem e outras práticas de autocuidado ajudam a aliviar tensões no corpo e na mente, promovendo uma reconexão com a sexualidade.
Quando procurar ajuda profissional?
Caso as dificuldades para retomar a sexualidade ou a saúde emocional no pós-parto sejam significativas, é importante buscar ajuda profissional.
Isso pode incluir a orientação de um ginecologista para questões físicas, ou um psicólogo e terapeuta sexual para ajudar no processo emocional. A busca por ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim de força e de autocuidado.
Se sintomas como depressão pós-parto ou dores constantes durante o sexo estiverem presentes, procurar um especialista é essencial para garantir que a recuperação seja completa e equilibrada.
Caso você esteja passando por isso, entre em contato comigo. Posso te ajudar!
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